A história da passagem do central de 19 anos pelo Sacavenense e os sacrifícios da mãe para o ir ver jogar.
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A ligação de Ruben Semedo com o futebol começou nas ruas e nos ringues de Casal de Mira, na Amadora, onde o miúdo «tímido e pacato», dizem, jogava de manhã à noite.
Depois veio o Benfica: não o Futebol Benfica, que representaria uns anos mais tarde, mas o Sport Lisboa e Benfica. Durou pouco mais de uma semana: não lhe reconheceram valor e Ruben Semedo fez pouco mais do que treinar.
«Tinha um amigo que jogava no Sacavenense e foi para lá também», conta o tio Bruno Correia.
Mas não foi uma época fácil: o jovem precisava de atravessar Lisboa inteira para ir treinar três vezes por semana e a família não tinha condições de o levar como acontecia com os outros miúdos. Foi então que apareceu Hélder Santos.
«Como eu também era da Amadora, as pessoas do Sacavenense pediram à minha mãe para lhe dar boleia. Ele ia ter ao complexo desportivo do Monte da Galega e nós levavamo-lo para Sacavém», conta. «Eu já lá jogava lá quando ele chegou e podia dar-lhe boleia sempre.»
Foi assim que Ruben Semedo teve o primeiro contacto com o futebol federado: nos infantis, tinha então doze anos. Mas não foi imediato. Ruben chegou e não pôde jogar logo, teve de treinar algum tempo enquanto esperava que ele fosse inscrito.
«Quando fez o primeiro jogo fizemos uma grande festa no balneário», conta Hélder Santos.
Um golo do meio campo... e à meia volta
A história tem porém contornos mais curiosos: Ruben Semedo começou por jogar a médio, mas no jogo de estreia fez dois golos. Um dos quais à meia volta, num remate do meio campo.
Diz quem o conhece que era mais forte do que os outros miúdos da mesma idade: por isso o treinador Gil Henriques colocou-o a avançado.
«Sempre foi maior que os outros miúdos da mesma idade. Desde miúdo. É de família, a mãe dele também é muito alta», confessa o tio.
No Sacavenense fez porém apenas meia época: as dificuldades para atravessar a capital três vezes por semana, sempre à boleia de amigos, tornaram-se um obstáculo difícil de transpor. Por isso voltou para o futebol de rua.
Haveria de voltar uns anos mais tarde, e mais adulto, no mais próximo Futebol Benfica, antes de dar o salto para o Sporting e para a história que justifica estas linhas.
Antes de se despedir, Hélder Santos recorda uma história que resume bem a vida de Ruben Semedo. «A mãe dele nunca ia aos jogos. Um dia pediu boleia à minha mãe e foi. Foi a única vez. Durante o jogo contou-lhe que tinha ido porque o Ruben lhe pedira: tinha receio que as pessoas pensassem que ele não tinha pais.»
A mãe foi, claro. Com sacríficio, mas foi: pelo filho.
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A ligação de Ruben Semedo com o futebol começou nas ruas e nos ringues de Casal de Mira, na Amadora, onde o miúdo «tímido e pacato», dizem, jogava de manhã à noite.
Depois veio o Benfica: não o Futebol Benfica, que representaria uns anos mais tarde, mas o Sport Lisboa e Benfica. Durou pouco mais de uma semana: não lhe reconheceram valor e Ruben Semedo fez pouco mais do que treinar.
«Tinha um amigo que jogava no Sacavenense e foi para lá também», conta o tio Bruno Correia.
Mas não foi uma época fácil: o jovem precisava de atravessar Lisboa inteira para ir treinar três vezes por semana e a família não tinha condições de o levar como acontecia com os outros miúdos. Foi então que apareceu Hélder Santos.
«Como eu também era da Amadora, as pessoas do Sacavenense pediram à minha mãe para lhe dar boleia. Ele ia ter ao complexo desportivo do Monte da Galega e nós levavamo-lo para Sacavém», conta. «Eu já lá jogava lá quando ele chegou e podia dar-lhe boleia sempre.»
Foi assim que Ruben Semedo teve o primeiro contacto com o futebol federado: nos infantis, tinha então doze anos. Mas não foi imediato. Ruben chegou e não pôde jogar logo, teve de treinar algum tempo enquanto esperava que ele fosse inscrito.
«Quando fez o primeiro jogo fizemos uma grande festa no balneário», conta Hélder Santos.
Um golo do meio campo... e à meia volta
A história tem porém contornos mais curiosos: Ruben Semedo começou por jogar a médio, mas no jogo de estreia fez dois golos. Um dos quais à meia volta, num remate do meio campo.
Diz quem o conhece que era mais forte do que os outros miúdos da mesma idade: por isso o treinador Gil Henriques colocou-o a avançado.
«Sempre foi maior que os outros miúdos da mesma idade. Desde miúdo. É de família, a mãe dele também é muito alta», confessa o tio.
No Sacavenense fez porém apenas meia época: as dificuldades para atravessar a capital três vezes por semana, sempre à boleia de amigos, tornaram-se um obstáculo difícil de transpor. Por isso voltou para o futebol de rua.
Haveria de voltar uns anos mais tarde, e mais adulto, no mais próximo Futebol Benfica, antes de dar o salto para o Sporting e para a história que justifica estas linhas.
Antes de se despedir, Hélder Santos recorda uma história que resume bem a vida de Ruben Semedo. «A mãe dele nunca ia aos jogos. Um dia pediu boleia à minha mãe e foi. Foi a única vez. Durante o jogo contou-lhe que tinha ido porque o Ruben lhe pedira: tinha receio que as pessoas pensassem que ele não tinha pais.»
A mãe foi, claro. Com sacríficio, mas foi: pelo filho.