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Mensagens : Os jogadores de futebol são seres especiais, disso não há dúvidas. Relembro uma frase de Vítor Baía, proferida num congresso sobre a modalidade. Dizia o ex-guardião do FC Porto: «Não estava preparado para o fim da minha carreira. Quando decidimos parar de jogar não fazemos a mínima ideia do que nos espera, tal é a proteção que os clubes nos dão quando estamos no ativo».
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Entretanto, já refleti muitas vezes sobre isso e acho que, aquele que já foi considerado por muitos como o melhor guarda-redes português de sempre, tem alguma razão.
Recentemente, surgiu uma notícia sobre o facto do Barcelona preparar um plano especial para a integração de Neymar no futebol europeu e lembrei-me da proteção de que Vítor Baía falava. É compreensível que o clube catalão queira resguardar e rentabilizar os 54 milhões de euros investidos no craque brasileiro, mas proteger demasiado o antigo jogador do Santos pode vir a ser perigoso.
O Barcelona tem uma organização futebolística própria assente em valores culturais bem definidos. Partindo desse pressuposto, deveria ser o jogador a adaptar-se ao clube e não o contrário. Quando se lê que o Barcelona tem duas pessoas contratadas para acompanhar Neymar na sua adaptação ao futebol europeu, podemos pensar que o clube catalão está a mimar em demasia o jovem avançado brasileiro. Neymar tem um talento descomunal, mas também muitos tiques que devem ser eliminados.
O próprio Johan Cruyff questionou recentemente a contratação do jovem brasileiro e afirmou mesmo que «o Barcelona deveria pensar em vender Lionel Messi». Não penso que se deva ir tão longe, mas é verdade que o balneário do campeão espanhol na próxima época vai ser diferente. Quer se queira quer não, a maioria dos jogadores de futebol têm egos enormes e gostam de se sentirem especiais.
Numa equipa em que as principais figuras (Messi, Iniesta e Xavi) são oriundas de La Masia (centro de treinos do Barcelona), de onde saem os craques para a equipa principal, é difícil entender as particularidades que se pretendem atribuir a Neymar. É óbvio que é fundamental enquadrar o internacional brasileiro, mas, muito provavelmente, teria sido importante enquadrar também Maradona, Ibrahimovic, Afellay e tantos outros que não conseguiram ter sucesso no campeão espanhol.
É importante que Neymar renda aquilo que se espera dele, mas é também essencial que entenda a cultura do clube e que consiga perceber que é mais um para ajudar na conquista dos objetivos pretendidos. No Santos e na seleção brasileira, Neymar é a grande figura. No Barcelona não será o caso. O tempo dirá se as coisas foram bem feitas e se a organização catalã soube encontrar as melhores soluções. Certo é que a adaptação do craque brasileiro ao futebol europeu é um dos grandes motivos de interesse da próxima temporada futebolística.
Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.
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Entretanto, já refleti muitas vezes sobre isso e acho que, aquele que já foi considerado por muitos como o melhor guarda-redes português de sempre, tem alguma razão.
Recentemente, surgiu uma notícia sobre o facto do Barcelona preparar um plano especial para a integração de Neymar no futebol europeu e lembrei-me da proteção de que Vítor Baía falava. É compreensível que o clube catalão queira resguardar e rentabilizar os 54 milhões de euros investidos no craque brasileiro, mas proteger demasiado o antigo jogador do Santos pode vir a ser perigoso.
O Barcelona tem uma organização futebolística própria assente em valores culturais bem definidos. Partindo desse pressuposto, deveria ser o jogador a adaptar-se ao clube e não o contrário. Quando se lê que o Barcelona tem duas pessoas contratadas para acompanhar Neymar na sua adaptação ao futebol europeu, podemos pensar que o clube catalão está a mimar em demasia o jovem avançado brasileiro. Neymar tem um talento descomunal, mas também muitos tiques que devem ser eliminados.
O próprio Johan Cruyff questionou recentemente a contratação do jovem brasileiro e afirmou mesmo que «o Barcelona deveria pensar em vender Lionel Messi». Não penso que se deva ir tão longe, mas é verdade que o balneário do campeão espanhol na próxima época vai ser diferente. Quer se queira quer não, a maioria dos jogadores de futebol têm egos enormes e gostam de se sentirem especiais.
Numa equipa em que as principais figuras (Messi, Iniesta e Xavi) são oriundas de La Masia (centro de treinos do Barcelona), de onde saem os craques para a equipa principal, é difícil entender as particularidades que se pretendem atribuir a Neymar. É óbvio que é fundamental enquadrar o internacional brasileiro, mas, muito provavelmente, teria sido importante enquadrar também Maradona, Ibrahimovic, Afellay e tantos outros que não conseguiram ter sucesso no campeão espanhol.
É importante que Neymar renda aquilo que se espera dele, mas é também essencial que entenda a cultura do clube e que consiga perceber que é mais um para ajudar na conquista dos objetivos pretendidos. No Santos e na seleção brasileira, Neymar é a grande figura. No Barcelona não será o caso. O tempo dirá se as coisas foram bem feitas e se a organização catalã soube encontrar as melhores soluções. Certo é que a adaptação do craque brasileiro ao futebol europeu é um dos grandes motivos de interesse da próxima temporada futebolística.
Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.
Qua 10 maio 2023 - 12:43 por 
